Sem volta – 2 anos depois

24 set

No mais alto da montanha

o gesto definitivo.

Agora não há mais volta,

o que está feito, está feito.

Rasgado o forro da almofada

as plumas pertencem ao vento…

Não cabe arrependimento.

plumas3

Em cada pluma, uma história…

Em cada história, um sentimento…

Em cada sentimento, a alma.

Assim

a alma do poeta

fez-se pássaro,

fez-se nuvem,

fez-se gota de orvalho

a revigorar a noite.

Liberdade – borboleta

perdeu-se em discretos rodopios,

sem limites,

sem controle,

sem fronteiras…

O infinito horizonte

é seu caminho.

Campos e vales

seu destino.

Impossível ao poeta

recuperar o que era seu.

Rasgado o peito,

a alma se evadiu

…mas não se sente só nem triste.

Em algum lugar distante,

quem sabe, num curto gesto,

uma delicada mão,

recolhendo-a suavemente,

vai lhe dar toda atenção.

***************

Pois é!

Diante das exigências do meu ainda restrito público, eis-me aqui, em rede, conversando com vocês.

Timidamente estendo as mãos. Deve haver, em algum lugar, alguém querendo dançar uma ciranda (não confundir com a ciranda global!!!). Refiro-me à ciranda que oferece o contato amigo, a presença sempre frontal que obriga o olho no olho, o que expressa confiança. A mão na mão faz circular energias inexploradas… o ritmo lento e constante não cansa jamais. Aquele passinho, que parece retroceder, apenas demonstra que não há pressa.

É, a ciranda, o real sentido da vida que escorre lenta para que se tenha tempo de fazer amigos.

Pena que tenhamos esquecido isto… e, muito apressadinhos, por vezes nos perdemos.

Mas vale a pena relembrar, nesta conversa com você.

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Vale , não a pena, mas O PRAZER de relembrar…

Este post acima foi o primeiro, a mensagem com a qual iniciei o blog Vamos Cirandar,há exatamente dois anos .

Eis-me aqui, hoje, para agradecer a frequência de todos os meus leitores a este local pretenso de levar palavras que , em algum momento, acrescentam um pouco de prazer aos que me ouvem.

Vocês não imaginam como eu gostaria que a nossa “casa”, a “nossa” sala, o nosso jardim , e por consequência o nosso blog , fossem ambientes de alto astral, mesmo quando os enfoques fossem “nublados” por culpa da tendência de quem lhes fala, a se deixar envolver por fortes emoções.

Acredito, mesmo, que as alegrias e as tristezas (por que não?!) da Existência precisam de um portavoz…Acho que os grandes valores desse círculo estão entre os músicos (letristas e melodistas) do nosso cancioneiro.

Como não me incluo nesta constelação de astros com luz própria, permito-me lançar ao vento as palavras com as quais venho alimentando este espaço.

E agradecer, com imenso carinho, aos que aqui aportam. Um beijo.

13 Respostas to “Sem volta – 2 anos depois”

  1. Bel 24 de setembro de 2010 às 12:12 #

    Êeeeeeeeeeee!!!

    Hoje é dia de festa, e dia de celebrar com tudo o que temos direito! Cadê o bolo??? (Não serve doce de biri-biri!!!)

    Não sei se existe alguém mais feliz que eu com esse blog, e o SUCESSO que ele faz. É mesmo um momento de grande realização. E desejo que esses 2 anos virem 20, 40 , 60…

    Beijoooooooooo

    • Dinah Hoisel 24 de setembro de 2010 às 12:16 #

      …e Deus lhe pague…Deus lhe pegue…Deus lhe plug… AMÉM !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

      • Bel 24 de setembro de 2010 às 12:20 #

        A-DO-REI a “bênção”!!!

      • Dinah Hoisel 24 de setembro de 2010 às 12:23 #

        O AMÉM não é mais aquele!!!!!!!!!

  2. Sandra 25 de setembro de 2010 às 18:46 #

    Que massa! Nem sabia que era aniversário do blog! Nem lembrava que este tinha sido o primeiro post (liinda a poesia, a propósito)!
    Rapaz, eu tô cheia de eventos e compromissos este mês, nem tô entrando direito no computador!
    Vóvis presenciou hoje a primeira apresentação da Banda CVL (Banda Colégio Villa Lobos – meu colégio – da qual participo juntamente com Renato).
    E aí, Vóvis? Banda aprovada?

  3. Rejane 26 de setembro de 2010 às 10:18 #

    Parabéns pelos 2 anos!
    Como o tempo passa rápido! Há 2 anos você era uma analfabeta funcional na arte da computação e agora já tá quase craque, heim?!
    A poesia é mesmo linda.
    Se tiver bolo de comemoração pode me chamar que eu vou. Agora, se for pra comer doce de Biribiri, tô fooora! rsrs
    Beijos mil!

  4. dinah 26 de setembro de 2010 às 12:08 #

    Com bolo ou sem bolo a presença de você(s) é sempre uma alegria!!!!!!!!

    Prometo uma torta da Perini (só não sei para quando…o tráfego não me anima!!!)
    Beijão e…gracias!

  5. dinah 26 de setembro de 2010 às 16:56 #

    Oito dias hoje, que meu carro foi TODO arranhado no pátio de estacionamento que serve de garagem ao meu prédio…De novo o local se encontra empestiado de energúmenos…acabo de contar OITO, gritando e correndo numa farra desvairada!!!O mais velho não terá, talvez, oito anos…Será o nº 8 o nº do Apocalipse????

    O que acontecerá, desta vez?????

  6. Bel 26 de setembro de 2010 às 18:43 #

    Ai ai ai, o que fazer com os energúmenos do apocalipse de Itapoan????
    Como diria alguém (não me lembro quem), “não dá idéia, não dá idéia!”

    Assim eu me calo, esperando que os céus resolvam este problema tão desgastante.

    Beijoooo

  7. dinah 26 de setembro de 2010 às 19:06 #

    Bel, você recebeu de Jucemir aquele “misterio” dos doze que viram treze???
    Eu tenho perdido um bom tempo tentando desvendar e NÃO CONSIGO!!!!!
    Vc já conseguiu??
    Em tempo: o pretinho morreu de morte súbita…acho que é o carregador!

  8. Sonia Regina 28 de setembro de 2010 às 23:57 #

    Dinah,querida!

    Parabéns pelo aniversário desta linda Ciranda!!!
    ****
    Acredita que a algum tempo atrás fiz um cursinho rápido de danças circulares que nada mais são que cirandas e adddoooorei!!!!

    *******

    Plumas quando alçam vôo não há porque tentar pegá-las de volta…assim como os traços dos poetas..após sentirem-se livres levam um pedaço das almas , das tristezas e das alegrias de cada um!

    Um beijo e todo o meu carinho!

    Sonia Regina.

  9. jucemir 30 de setembro de 2010 às 16:49 #

    “o gesto definitivo”
    Dinah, o único gesto definitivo é o suicídio.
    (Teoricamente, jamais descartei a possibilidade.)
    “Agora não há mais volta”
    Se não há mais volta, vai-se pra um outro lugar.
    Ou se inventa algum outro.

    Jucemir

  10. dinah 30 de setembro de 2010 às 18:20 #

    Bem que os 4 primeiros versos são um bom e adequado epitáfio para um suicida! Gracias pela inspiração!

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