Caros Amigos que frequentam o Vamos Cirandar
Não diria que são inúmeras ou incontáveis as intervenções (ou visitas) de leitores que vêm de países distantes, mas garanto que se apresentam de forma constante, com bastante frequência.
E fico a me perguntar: essas pessoas entendem a minha língua? Seriam originárias deste nosso torrão natal e, por circunstâncias da vida, estão morando longe? Ou, quem sabe, é gente que quer lembrar ou aprimorar a língua portuguesa? Ou ainda : são “viajantes internéticos” que apenas vagueiam de blog em blog, sem maiores objetivos?
Como saber?
Por consideração a essas pessoas e a outras tantas mais, resolvi facilitar a comunicação entre nós.
Claro que, também por minha causa, achei por bem estender os horizontes desta Ciranda e convidar mais leitores a “dançar” (ou cantar) conosco.
Nada mais conveniente que apelar para uma linguagem universal: o inglês…É uma tentativa, não posso prever se vai dar frutos. Quisera que sim!
Em parceria com um casal amigo ensaiarei uma publicação bilíngue certamente com alguns vazios, ou mesmo falhas, pois não será uma versão na íntegra – daremos preferência às poesias e a algumas frases esclarecedoras que venham facilitar o entendimento.
Transpor para além-fronteiras a sensibilidade, a experiência pessoal, a cosmovisão, a expressão poética de alguém, é algo difícil, diria até arriscado.
Se a comunicação e o entendimento da lírica, por si só, já comportam dificuldades intrínsecas, imaginem o que acarreta a ousadia de querer romper as fronteiras da linguagem.
Eu não sei inglês…mas meus parceiros, Marcos e Rosa, sabem! Ela é professora desse idioma há mais de vinte anos. Marcos é translator e professor, e mais: ele também “arrisca” suas poesias. Ambos sabem onde pisam.
Vamos avançar para ver onde vai dar…
A primeira poesia fala do meu desejo de libertar a palavra:
Ideal
Mexer com a palavra. Trazê-la à tona e deixá-la partir como ave que voa em busca do degredo, multiplicando espaço e tempo entre a origem e o destino, fazendo sucumbir pelo caminho a dor, o fardo, o sonho, a esperança, o desatino. Sugar do coração a última gota de tristeza e com ela vacinar o mundo. Sentir dentro de si apenas o agora …e sorrir. Livrar-se do passado e do futuro, acompanhar a dança que há de vir, sem sufocá-la, tomando-a para si. Ouvir a sinfonia cósmica deixando-a correr por entre os dedos a semear de luz o longe e o aqui. Quisera libertar minha palavra e vê-la sumir…sumir…sumir…Ideal
Dinah Hoisel
Touch the word
Bring it forth and let it go
like a bird flying in its migration,
multiplying space and time
between origin and destination,
all along doing away
with pain, burden, dream, hope, folly.
Withdraw from the heart
its last drop of sadness
for with it vaccinate the world.
Quem disse: